Papai-Noel é um cara bacana,
Papai-Noel é um cara batuta,
Eu sempre achei que ele era
Um velhinho muito simpático.
Papai-Noel é um cara bacana,
Papai-Noel é um cara legal
Mas não deixe que ele abafe,
O espírito do Natal.
Papai-Noel é um cara maneiro,
Papai-Noel é um cara diferente,
Só não deixe ele te enganar
Que Natal é só presentes.
Papai-Noel no shopping
Papai-Noel no clube
Papai-Noel na apoteose
Papai-Noel de aluguel,
E o Natal onde fica ?
Se você não o fizer, não haverá,
Só fica o Papai-Noel.
Feliz Natal,
Vida longa e prosperidade!
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
domingo, 9 de dezembro de 2007
Literatura de Elite
Outro dia fui surpreendido pela seguinte interpelação: “Você ainda não viu Tropa de Elite?” Note-se que na pergunta há explicitamente um quê de obrigatoriedade. Por que o “ainda”? Seria acaso inimaginável que alguém, no Rio de Janeiro, “ainda” não tivesse assistido “Tropa de Elite”? Não só “ainda” não assisti Tropa de Elite como “ainda” não tenho planos em minha agenda de assisti-lo (o que não quer dizer que não vá assisti-lo futuramente; nada contra, nem a favor do filme); haja vista a grande quantidade de livros e revistas e artigos na minha estante os quais, embora tenha neles grande interesse, “ainda” não os pude ler por motivos diversos !
Considero no mínimo curiosos esses modismos motivados pela mídia ou mesmo por uma pseudo e suspeitosamente arquitetada, antimídia travestida de pirataria. Pois o fato do filme ter sido amplamente divulgado por meios ilegais parece só ter feito aguçar ainda mais a curiosidade de quem não o viu e o desejo de vê-lo na “telona”, por parte de quem viu. Muito boa estratégia !
Mas, Tropas de Elite à parte, até porque não posso falar do filme, pois não o vi, acabei de ler “O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder”, que alguns diriam estar um pouquinho fora de moda, (o livro é de 1991), se é que tem algum sentido alguém falar em livro fora de moda. Gostei muitíssimo e recomendo para qualquer leigo no assunto (o que é o meu caso) que tenha algum interesse em saber a origem de uma série de idéias, comportamentos e visões de mundo que permeiam nosso senso comum atualmente. É impressionante como vários conceitos que hoje nos parecem ser “óbvios” e “inquestionáveis” e que “não poderiam jamais ser de outro jeito”, na verdade possuem sim uma origem e toda uma história envolvida. Gostaria de saber a opinião de outras pessoas sobre o livro.
Vi também por esses dias um filme que há muito eu queria ver, foi o também fora de moda “Quero ser John Malkovich, do roteirista Charlie Kaufman e dirigido por Spike Jonze”; que classificaria como uma comédia psicológica surreal de muito bom gosto (se é que existe este gênero !). Achei muito interessante, inteligente e divertido. Também recomendo.
Considero no mínimo curiosos esses modismos motivados pela mídia ou mesmo por uma pseudo e suspeitosamente arquitetada, antimídia travestida de pirataria. Pois o fato do filme ter sido amplamente divulgado por meios ilegais parece só ter feito aguçar ainda mais a curiosidade de quem não o viu e o desejo de vê-lo na “telona”, por parte de quem viu. Muito boa estratégia !
Mas, Tropas de Elite à parte, até porque não posso falar do filme, pois não o vi, acabei de ler “O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder”, que alguns diriam estar um pouquinho fora de moda, (o livro é de 1991), se é que tem algum sentido alguém falar em livro fora de moda. Gostei muitíssimo e recomendo para qualquer leigo no assunto (o que é o meu caso) que tenha algum interesse em saber a origem de uma série de idéias, comportamentos e visões de mundo que permeiam nosso senso comum atualmente. É impressionante como vários conceitos que hoje nos parecem ser “óbvios” e “inquestionáveis” e que “não poderiam jamais ser de outro jeito”, na verdade possuem sim uma origem e toda uma história envolvida. Gostaria de saber a opinião de outras pessoas sobre o livro.
Vi também por esses dias um filme que há muito eu queria ver, foi o também fora de moda “Quero ser John Malkovich, do roteirista Charlie Kaufman e dirigido por Spike Jonze”; que classificaria como uma comédia psicológica surreal de muito bom gosto (se é que existe este gênero !). Achei muito interessante, inteligente e divertido. Também recomendo.
domingo, 11 de novembro de 2007
Autocensura
Que escrever no blog? Este tem sido talvez o maior dilema e questão censora principal do nosso grupo. Daí o enorme recesso ao qual o Cabessudo tenha se submetido. Talvez não seja uma boa estratégia apenas postar matérias longas e com conclusões e opiniões bem definidas, até porque nem sempre as temos de forma tão clara e objetiva. Talvez não seja boa estratégia postar apenas matérias de um suposto “interesse universal”, até porque tal coisa não existe. Talvez seja interessante postar matérias polêmicas e torcer para que elas mexam com os brios ou com as suscetibilidades das pessoas e, antes disso, torcer para que alguém as leiam! Quem sabe falar de alguma Parada Gay ou sobre o, já fora de moda, Código da Vinci ou, quem sabe, defender o terceiro mandato do Lula (haja polêmica!). O fato é que é difícil se dar ao trabalho de escrever sobre coisas que não nos interessem ou sobre as quais não temos nada a dizer, ou que julguemos irrelevante ter algo a dizer; mesmo sendo estas questões polêmicas ou consideradas de grande interesse popular.
Minha (pouca) experiência com blogs tem sido a de que eles são “longas cartas p’rá ninguém”, ou talvez p’rá mim mesmo. Num mundo que preza pela competitividade e pelo individualismo quem se importa com a opinião de quem quer que anônimo seja? Ao menos se eu já tivesse participado de alguma edição do “Big Brother” talvez hoje eu fosse já um anônimo famoso. Um daqueles “famoso “quem?””. Aí talvez tivesse algum sentido escrever no blog... Com certeza superestimei o alcance e a finalidade do blog e acho que deveria me contentar em ser meu próprio público, afinal de contas, a quem mais que eu iriam as minhas opiniões interessar? Portanto me dedicarei ao meu melhor e mais assíduo leitor.
Minha (pouca) experiência com blogs tem sido a de que eles são “longas cartas p’rá ninguém”, ou talvez p’rá mim mesmo. Num mundo que preza pela competitividade e pelo individualismo quem se importa com a opinião de quem quer que anônimo seja? Ao menos se eu já tivesse participado de alguma edição do “Big Brother” talvez hoje eu fosse já um anônimo famoso. Um daqueles “famoso “quem?””. Aí talvez tivesse algum sentido escrever no blog... Com certeza superestimei o alcance e a finalidade do blog e acho que deveria me contentar em ser meu próprio público, afinal de contas, a quem mais que eu iriam as minhas opiniões interessar? Portanto me dedicarei ao meu melhor e mais assíduo leitor.
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Halloween é o cacete! Feliz Dia do Saci!
Todo apoio ao abaixo-assinado promovido pela Sociedade dos Observadores de Saci (Sosaci) em favor da instituição do Dia Nacional do Saci em 31 de outubro. Entre na página da Sosaci (http://www.sosaci.org/) e assine o manifesto. Pela valorização e preservação da cultura e da identidade nacional.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Reflexões no caixa do supermercado.
Outro dia estava no supermercado a fazer umas comprinhas. Para minha surpresa à hora da saída não havia fila no caixa. Enquanto punha as compras sobre a esteira ouço a caixa falar com um colega de trabalho, um pouco distante donde estávamos, sobre a possibilidade de alguém vir rendê-la. Terminado o atendimento do único freguês à minha frente, a caixa muito prontamente liberou a esteira e pôs-se a digitar minhas compras. Tudo feito numa coordenação eficiência e rapidez que me fez chamar a atenção. Para que toda aquela presteza não fosse em vão, prontamente me dispus no mesmo ritmo a ensacar as compras e pô-las no carrinho, realmente admirado da agilidade com que a mocinha manipulava e fazia as digitações no caixa. Ao terminar de digitar minhas compras eis que a mocinha levanta-se da cadeira, vira-se para a colega que havia chegado ao seu lado e diz: “Pronto! Agora é só fechar!” E saiu apressadamente do caixa para que a colega o assumisse. Só então pude perceber que toda aquela agilidade e eficiência (pois ela, apesar da rapidez, não errou nenhum item) eram por ela estar louca de vontade de ir ao banheiro! Isso me fez pensar nos nossos dias, parece que constantemente sofremos de uma crônica e generalizada urgência miccional. Vivemos como se sempre estivéssemos apertados para ir ao banheiro. Eu mesmo tenho tentado controlar minha sensação de ao estar em algum lugar, achar sempre que deveria estar em outro. Ao estar assistindo um programa, estou deixando de assistir vários outros! Ao parar para ler um livro, deixo de ler vários outros! A diversidade infinda de alternativas e possibilidades de mobilidade, de escolhas e de comunicação nos dão uma falsa sensação de onipresença que só nos deixa mais e mais neuróticos. Vide o doentio hábito de se ficar trocando e re-trocando os canais da TV no controle remoto ou navegar freneticamente pelas páginas da internet como quem aprisionado numa sala de espera de dentista a folhear a esmo e impacientemente uma revista Caras. Como já foi dito em blogs passados (não meus, mas passados), é necessário estar sempre bêbado. Deixar-se tomar por um certo torpor e lentidão próprios da embriaguez. “Para não sentirdes o fardo horrível do tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra ...” Esforçar-se por estar no movimento contrário ao que nosso século nos compele. Estar mais afinado com o movimento errático do bêbado. Sair de uma vez da sala de espera do dentista.
Meus cachorros dormindo sobre a mesa do micro. Evidência de como a informática pode ser entediante.
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Essa eu não podia deixar de divulgar.
Recebi uma mensagem de uma amiga minha e achei que seria interessante divulgá-la no Cabessudo.
Aí vai :
"Não sei se é verdade que está quase acabando mas o legal é que funciona... Uma bela biblioteca digital, desenvolvida em software livre, mas que está prestes a ser desativada por falta de acessos. Um lugar onde você pode gratuitamente:
- Ver as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci ;
- Escutar músicas de alta qualidade em MP3 ;
- Ler obras de Machado de Assis;
- Ou a Divina Comédia;
- Ter acesso às melhores estorinhas infantis e vídeos da TV ESCOLA ; vários hinos e música erudita brasileira... e outras coisas mais.
Tudo isso está disponibilizado pelo Ministério da Educação no site: http://www.dominiopublico.gov.br/
Só de literatura portuguesa são 732 obras!
Estamos em vias de perder tudo isso, pois vão desativar o projeto por desuso, já que o número de acessos é muito pequeno. Vamos tentar reverter esta situação, divulgando e incentivando amigos, parentes e conhecidos, a utilizarem essa fantástica ferramenta de disseminação da cultura e do gosto pela leitura.
Professor ou não, divulgue para o máximo de pessoas"
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
"Mediocrisation"
Estou revoltado!
(Pô ! Mas já ?!) Esta é a estréia do "Cabessudo", o blog que eu, Carla e Raquel estamos escrevendo para as aulas de didática e logo de cara me deparo com a ditadura da "síndrome do anglicismo proposital e desnecessariamente adquirido" que não me permitiu que usasse o endereço "cabeçudo.blogspot.com.br". O caractere "ç" é ainda proscrito em algumas instâncias cibernéticas e por isso teve que ficar "cabessudo" com dois "s". ("thank God" (para ser bem desnecessário !) este editor parece permitir a escrita em português de verdade !). Aliás, o próprio nome "blog" já me causa um certo asco (aglutinação de "web log").
Porque não primamos por valorizar o idioma pátrio? Porque temos que importabandiar os "personals", os "fitness", "brunchs", "business", "coffee breaks" etc... do hemisfério norte sem a menor necessidade? E como se não bastasse, ainda enchemos a boca com verdadeiras atrocidades de causar ojeriza, haja vista o verbo "customizar", suposta adaptação/tradução de "custom" que significa (me corrijam os colegas de letras se estiver errado) “feito sob encomenda”, ou seja, personalizado. Tão simples... existe a palavra correspondente em português e no entanto teimam em utilizar uma "tradução" que faria Shakespeare e Camões terem espasmos dentro das respectivas tumbas.
Não sou da área de letras, sou da área das ciências da natureza, entendo também essa coisa de que a língua é dinâmica, que é natural que ela evolua, sofra influências, se modifique com o tempo e etc e tal... mas o que não consigo entender é essa necessidade terceiromundista (na verdade seria mais tupiniquim que terceiromundista) de sair engolindo e vomitando tudo que é americanismo lingüístico que vão nos enfiando goela abaixo quando na verdade o idioma nativo dá muito bem conta do recado. Alguém haveria de dizer: "mas isto que ocorre com a língua falada nada mais é que um dos sintomas de todo um processo de dominação ideológica do capitalismo ocidental judaico-cristão yankee imperialista e tá-rá-rá ta-rá-rá...” Até concordo! Também entendo que não se trata de um fenômeno isolado. Mas mesmo assim ainda considero que devemos resistir a isso, a esses anglicismos desnecessários, perniciosos e a meu ver, degradadores da nossa identidade enquanto povo.
Não estou aqui pregando uma espécie de regime talibã lingüístico, nem me acho o supra-sumo dos cultivadores da última flor do Lácio, inculta e bela, mas acho que um dos sintomas de dignidade de um povo é a preservação do seu idioma. Os próprios americanos, com fama de alienados, manipulados e tudo o mais, têm uma forte rejeição a tudo que não é "in english". Porque havemos de ter vergonha de roçar a língua na língua de Luís de Camões? A minha pátria é a língua portuguesa !
(Pô ! Mas já ?!) Esta é a estréia do "Cabessudo", o blog que eu, Carla e Raquel estamos escrevendo para as aulas de didática e logo de cara me deparo com a ditadura da "síndrome do anglicismo proposital e desnecessariamente adquirido" que não me permitiu que usasse o endereço "cabeçudo.blogspot.com.br". O caractere "ç" é ainda proscrito em algumas instâncias cibernéticas e por isso teve que ficar "cabessudo" com dois "s". ("thank God" (para ser bem desnecessário !) este editor parece permitir a escrita em português de verdade !). Aliás, o próprio nome "blog" já me causa um certo asco (aglutinação de "web log").
Porque não primamos por valorizar o idioma pátrio? Porque temos que importabandiar os "personals", os "fitness", "brunchs", "business", "coffee breaks" etc... do hemisfério norte sem a menor necessidade? E como se não bastasse, ainda enchemos a boca com verdadeiras atrocidades de causar ojeriza, haja vista o verbo "customizar", suposta adaptação/tradução de "custom" que significa (me corrijam os colegas de letras se estiver errado) “feito sob encomenda”, ou seja, personalizado. Tão simples... existe a palavra correspondente em português e no entanto teimam em utilizar uma "tradução" que faria Shakespeare e Camões terem espasmos dentro das respectivas tumbas.
Não sou da área de letras, sou da área das ciências da natureza, entendo também essa coisa de que a língua é dinâmica, que é natural que ela evolua, sofra influências, se modifique com o tempo e etc e tal... mas o que não consigo entender é essa necessidade terceiromundista (na verdade seria mais tupiniquim que terceiromundista) de sair engolindo e vomitando tudo que é americanismo lingüístico que vão nos enfiando goela abaixo quando na verdade o idioma nativo dá muito bem conta do recado. Alguém haveria de dizer: "mas isto que ocorre com a língua falada nada mais é que um dos sintomas de todo um processo de dominação ideológica do capitalismo ocidental judaico-cristão yankee imperialista e tá-rá-rá ta-rá-rá...” Até concordo! Também entendo que não se trata de um fenômeno isolado. Mas mesmo assim ainda considero que devemos resistir a isso, a esses anglicismos desnecessários, perniciosos e a meu ver, degradadores da nossa identidade enquanto povo.
Não estou aqui pregando uma espécie de regime talibã lingüístico, nem me acho o supra-sumo dos cultivadores da última flor do Lácio, inculta e bela, mas acho que um dos sintomas de dignidade de um povo é a preservação do seu idioma. Os próprios americanos, com fama de alienados, manipulados e tudo o mais, têm uma forte rejeição a tudo que não é "in english". Porque havemos de ter vergonha de roçar a língua na língua de Luís de Camões? A minha pátria é a língua portuguesa !
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